A psicoterapia com adolescentes é um recurso essencial para lidar com os desafios emocionais, comportamentais e relacionais que surgem nessa fase da vida. No entanto, um aspecto crucial — é o papel dos pais e responsáveis nesse processo. Afinal, a terapia não ocorre em um vácuo: ela acontece dentro de um contexto familiar e social.
Neste artigo, você vai entender como a presença ativa dos pais pode fortalecer os resultados da psicoterapia, seja na modalidade presencial ou psicoterapia online, além de conhecer o funcionamento de uma rede de apoio integrada com psicólogos, psiquiatras e escola.
Como funciona a psicoterapia com adolescentes?
A psicoterapia com adolescentes é um processo terapêutico que visa oferecer suporte e desenvolver habilidades emocionais para promover o autoconhecimento, e enfrentamento de conflitos. O adolescente é incentivado a falar sobre seus sentimentos, conflitos e experiências, com o suporte de um profissional especializado.
Ela pode ocorrer tanto de forma presencial quanto online — esta última modalidade, inclusive, tem se mostrado eficaz e acessível, sobretudo para famílias com rotinas mais rígidas ou que vivem em regiões com menos oferta de serviços especializados.
A psicoterapia é um processo colaborativo
É fundamental entender que o trabalho do psicólogo com adolescentes é colaborativo. Isso significa que ele se articula com outros atores importantes na vida do paciente, como Pais ou responsáveis, Psiquiatras, quando necessário (por exemplo, em quadros com necessidade de medicação), Escola e professores, nos casos em que há impacto acadêmico ou comportamental, e ou outros membros da rede de apoio, como familiares próximos ou cuidadores
No livro Crianças e Adolescentes em Psicoterapia, os autores destacam que os pais são coparticipantes ativos no tratamento dos filhos. Eles reforçam que uma aliança terapêutica sólida entre os responsáveis e o(a) psicólogo(a) é essencial para o sucesso do processo. Essa parceria favorece a continuidade dos cuidados fora das sessões, amplia o entendimento sobre as necessidades emocionais do adolescente e fortalece os resultados da psicoterapia.
Qual é o papel dos pais na psicoterapia de seus filhos?

- Participar quando for solicitado, das entrevistas, coletas de informações e das devolutivas de forma efetiva.
O(a) psicólogo(a) pode convidar os pais para reuniões periódicas ao longo do processo terapêutico. Nessas conversas, são abordados os avanços, as dificuldades e, principalmente, estratégias para fortalecer o apoio ao adolescente fora do consultório. É importante que esses encontros sejam encarados como um espaço de parceria e construção conjunta, e não como um momento de julgamento. A comunicação aberta e colaborativa entre família e psicólogo é fundamental para alinhar as intervenções e criar um ambiente que favoreça o desenvolvimento emocional do adolescente, dentro e fora da psicoterapia. - Observar e comunicar mudanças significativas.
Por estarem mais próximos do dia a dia do adolescente, os pais desempenham um papel essencial na identificação de alterações no humor, comportamento, desempenho escolar ou padrões de sono. Essas observações são extremamente valiosas para o processo psicoterapêutico, pois fornecem informações importantes que podem orientar o acompanhamento e as intervenções necessárias. - Proporcionar um espaço seguro para comunicação, escuta e acolhimento.
É fundamental oferecer ao adolescente um espaço onde ele se sinta livre para se expressar, sem medo de críticas ou julgamentos. A escuta ativa e empática por parte dos pais, a demonstração de afeto e a dedicação de tempo de qualidade juntos são atitudes valiosas nesse processo. O vínculo familiar, especialmente o relacionamento com os pais, representa uma importante fonte de segurança emocional e referência durante essa fase de desenvolvimento. - Respeitar o sigilo terapêutico.
O sigilo é um dos pilares fundamentais da psicoterapia, especialmente quando se trata de adolescentes, que estão em uma fase de busca por autonomia e construção de identidade. É essencial que os pais e responsáveis respeitem esse espaço de individualidade, entendendo que o(a) psicólogo(a) compartilhará apenas as informações realmente necessárias para garantir o bem-estar e a segurança do adolescente. Vale lembrar que o sigilo terapêutico tem limites éticos e legais: ele pode ser rompido apenas em situações em que haja risco à integridade física ou emocional do próprio adolescente ou de terceiros. O respeito a esse processo fortalece a confiança entre o jovem e o terapeuta, contribuindo para a eficácia do tratamento. - Considerar a psicoterapia pessoal, se necessário:.
A criança ou adolescente não é um ser isolado; faz parte de um sistema familiar que influência diretamente seu desenvolvimento emocional e comportamental. Em muitos casos, os sintomas apresentados pelos filhos refletem conflitos não resolvidos dentro da família. Por isso, é fundamental que os pais e/ou responsáveis estejam atentos aos próprios sentimentos, dificuldades e formas de se relacionar. É comum que o(a) psicólogo(a) da criança ou adolescente convide os responsáveis para conversas sobre observações clínicas e, em algumas situações, recomende a busca por um acompanhamento psicoterapêutico próprio. Estar aberto a esse processo é um importante passo para fortalecer o vínculo familiar e favorecer o desenvolvimento saudável dos filhos.
Além disso, em casos em que a opção de tratamento é pela modalidade de Psicoterapia online: como os pais podem ajudar?
>>Garantir um ambiente privado e tranquilo durante as sessões.
>>Acompanhar o cumprimento dos horários, especialmente com adolescentes mais jovens.
>>Manter diálogo com o(a) psicólogo(a), dentro dos limites do processo terapêutico.
Quando envolver outros profissionais?
Há situações em que é necessário envolver psiquiatras, principalmente quando há indícios de depressão grave, transtornos de ansiedade, automutilação ou risco suicida. A articulação entre psicólogo e psiquiatra deve ser feita de forma ética e com o consentimento dos pais e do adolescente.
A escola também pode ser aliada, principalmente se houver queda de rendimento, bullying ou conflitos com colegas. É importante que os pais estejam abertos ao diálogo com os profissionais escolares e autorizem, quando necessário, o contato entre psicólogo e instituição.
Por fim, o apoio da família faz toda a diferença!
A psicoterapia com adolescentes é um investimento emocional, psicológico e relacional. Pais que se mostram presentes, abertos ao diálogo e comprometidos com o bem-estar emocional dos filhos contribuem para que o processo terapêutico seja mais efetivo e transformador.
Se quiser saber mais sobre como funciona o acompanhamento psicológico para adolescentes, entre em contato. Será um prazer ajudar!
Referências:
- Participação dos Pais na Psicoterapia da Criança: Práticas dos Psicoterapeutas
- Código de Ética Profissional do Psicólogo
- Manual de Psicologia Clínica Infantil e Adolescente, Transtornos Específicos, Vicente E. Caballo e Miguel Ángel Simón, Editora Santos, 2005
- Crianças e Adolescentes em psicoterapia, a abordagem psicanalítica, Artmed, 2009.
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