A Avaliação Psicológica é altamente recomendada no tratamento psicológico com crianças e adolescentes. Isso porque ela ajuda a entender melhor o que a criança está sentindo, pensando e como está se comportando no dia a dia.
Além disso, a avaliação leva em conta o ambiente familiar e escolar, o que oferece uma visão mais completa do contexto em que a criança vive. Com essas informações, o psicólogo consegue traçar um plano terapêutico mais direcionado, eficaz e realmente adaptado às necessidades da criança.
Continue a leitura e entenda o que é uma Avaliação Psicológica e como ela funciona.
O que é a Avaliação Psicológica?
A avaliação psicológica é um processo conduzido por psicólogos(as) para entender como a criança pensa, sente e se comporta. Para isso, são usadas entrevistas, testes aprovados pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), observações durante os atendimentos e, quando necessário, informações dos pais e da escola.
De acordo com a Resolução CFP nº 09/2018, apenas psicólogos(as) podem realizar avaliação psicológica. Esse trabalho deve ser feito com ética, responsabilidade técnica e atenção ao contexto de vida da criança. Ao final do processo, o profissional pode apresentar um laudo, parecer, relatório ou uma devolutiva oral — sempre com o objetivo de promover o bem-estar e a proteção da criança ou do adolescente.
Por que Avaliar Antes de Iniciar a Psicoterapia?
- Como a avaliação ajuda a entender o comportamento da criança
Muitas vezes, a queixa inicial apresentada pelos pais — como agitação, desatenção, tristeza ou dificuldades escolares — pode ser apenas a ponta do iceberg. A avaliação permite ir além da queixa, investigando suas origens, seu impacto no desenvolvimento da criança e quais aspectos devem ser priorizados no tratamento.
Sem essa etapa, há o risco de tratar apenas os sintomas, sem chegar à raiz do problema. - Avaliação psicológica: base para um plano terapêutico eficaz
A avaliação oferece informações essenciais para que o psicólogo defina os objetivos da terapia, escolha as técnicas mais adequadas e identifique se há necessidade de outros acompanhamentos, como médico, neuropsicológico ou apoio escolar. Isso torna a psicoterapia mais direcionada, segura e eficaz. - A importância da avaliação para integrar família e escola no tratamento
Crianças e adolescentes vivem em contextos que influenciam diretamente seu bem-estar — como a família, a escola e a comunidade. A avaliação psicológica considera esses aspectos e favorece o trabalho conjunto com educadores, médicos e outros profissionais, sempre com o consentimento da família. Isso fortalece o cuidado e amplia as possibilidades de suporte. - Avaliação psicológica evita diagnósticos e tratamentos precipitados
A busca rápida por respostas pode levar a diagnósticos apressados ou uso precoce de medicamentos. A avaliação ajuda a evitar isso. Ela respeita o tempo e a fase de desenvolvimento da criança, permitindo diagnósticos mais seguros, quando realmente necessários.
A medicalização sem critérios pode causar efeitos colaterais, afetar a autoestima e comprometer o desenvolvimento infantil. Além disso, o uso excessivo de estimulantes pode agravar sintomas e dificultar o engajamento escolar e social. Por isso, a avaliação atua como um filtro técnico e ético, promovendo decisões mais conscientes e alinhadas à lógica da prevenção quaternária — que evita intervenções desnecessárias.
Como Funciona o Processo de Avaliação Psicológica?
A avaliação psicológica é feita em etapas que se adaptam a cada criança e à situação dela. Primeiro, conversamos com os pais para entender melhor as preocupações, a história e o dia a dia da criança, tanto em casa quanto na escola. Depois, a criança participa de atividades e conversas que ajudam o psicólogo a conhecer seu jeito de pensar e sentir. Também podem ser usados alguns testes, que são ferramentas importantes para entender aspectos específicos do desenvolvimento. No final, os pais recebem um retorno claro e cuidadoso, com orientações para ajudar no acompanhamento e no cuidado da criança.
O Que Diz o Conselho Federal de Psicologia?
O CFP reforça que a avaliação psicológica deve seguir a ética, garantir sigilo, exigir consentimento informado e focar na promoção da saúde. Além disso, a Resolução nº 006/2019 determina que os documentos — como laudos e relatórios — sejam claros, objetivos e fundamentados. Por fim, o Código de Ética do Psicólogo destaca que todo o trabalho deve respeitar a dignidade e os direitos da criança e do adolescente.
Afinal, fazer ou não fazer uma avaliação psicológica antes da psicoterapia? O que devo considerar
É possível começar a psicoterapia sem avaliação prévia. Em muitos casos, o acolhimento, a escuta ativa e a psicoeducação já trazem benefícios importantes, principalmente para fortalecer habilidades socioemocionais e a regulação emocional. Essas abordagens ajudam a aliviar o sofrimento e melhorar o bem-estar da criança.
Por outro lado, a avaliação psicológica é muito recomendada quando há dúvidas sobre o diagnóstico ou dificuldades persistentes no comportamento, aprendizado ou nas relações sociais. Ela oferece um olhar mais técnico e preciso, ajudando o psicólogo a planejar um tratamento mais eficaz.
Além disso, estudos mostram que a avaliação pode ter um efeito terapêutico próprio. Pesquisa publicada no Journal of Clinical Child & Adolescent Psychology revelou que quase metade das crianças avaliadas com transtornos de humor melhorou já durante o processo avaliativo, antes mesmo de iniciar a terapia. Cabe ao psicólogo, em diálogo com os pais ou responsáveis, decidir qual caminho seguir, sempre respeitando o caso e a ética profissional, para garantir o melhor cuidado à criança.
Ao buscar ajuda para seu filho, fale com o(a) psicólogo(a) sobre a avaliação e descubra juntos a melhor forma de cuidar do bem-estar dele.
Se você está em dúvida sobre como ajudar seu filho neste momento, agende uma conversa inicial.
O acompanhamento psicológico começa pelo acolhimento — e o seu já pode começar agora.
Referências:
- Predição dos efeitos terapêuticos da avaliação psicodiagnóstica entre crianças e adolescentes participantes de ensaios clínicos randomizados
- Medicalização de crianças e adolescentes
- Revista Brasileira de Terapias Cognitivas (2022)
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